sexta-feira, 16 de agosto de 2013

 Entrevista na revista Geração Sustentável.

1 - Nas suas consultorias, quais são as principais experiências e técnicas relatadas sobre desenvolvimento de projetos?
R. A principal experiência é a dificuldade encontrada em cumprir os prazos e o orçamento. Na maioria das vezes resultado de um projeto mal elaborado, feito as pressas e em completo isolamento. Projeto não é difícil, mas dá trabalho, pois tem muitos detalhes e sua elaboração é demorada. Cada semana gasta na elaboração dos detalhes representam meses de tranquilidade na sua implementação. Elaborar um projeto sozinho sem ouvir as outras áreas envolvidas no projeto é uma atividade estéril. Projeto é planejamento e planejamento é uma atividade coletiva.

2 - A sua abordagem envolve também o desenvolvimento de projetos pelas empresas também ou apenas pelas instituições do 3º setor?
R. Minha abordagem envolve projetos para qualquer setor, ou seja, 1º, 2º e 3º setor.

3 - Quais os principais diferenciais no tipo de projeto que empresas e terceiro setor podem desenvolver?
R. Não há diferença na elaboração do projeto, mas apenas em seus objetivos.

4 - Qual o meio de captação de recursos mais viável, efetivo e o mais utilizado pelas empresas e terceiro setor?
R. Através de projetos.

5 - Empresas costumam captar recursos via bancos e ONG via empresas?
R. As empresas podem captar recursos via bancos e sócios, enquanto as instituições sem fins econômicos encontram financiadores nos três setores.

6 - Se eu estiver correta, quais são as técnicas para captação de recursos mais indicadas?
R. A técnica comum a todos é o projeto certo para o parceiro certo. O principal é determinar e oferecer o que o financiador quer. Durante 11 anos como financiador percebi que o principal problema de quem buscava recursos era falar o que ela achava importante e não o que o financiador achava importante.

7 - Quais são as características de um bom projeto?
R. São muitas, mas a principal é ter objetivo realista e quantificado.

8 - Como uma empresa pode ter certeza que está investindo em um bom projeto elaborado por uma organização do terceiro setor?
R. Primeiro o principal não é o projeto, mas a instituição que implementará o projeto. Segundo são objetivos realistas e quantificáveis com cronograma e orçamento factíveis.

9 - E o terceiro setor, por sua vez, o que precisa saber para fazer um bom projeto e conseguir recursos via empresas?
R. Ela precisa entender que projeto é parceria e que uma parceria tem que ser boa para os dois.

10 - Para as empresas, qual o benefício de apostar em projetos desenvolvidos por entidades do terceiro setor? E os riscos?
R. As empresas de grande porte que têm acionistas investirão em projetos que contribuam direta ou indiretamente para o seu lucro. Os riscos principais estão na instituição, no seu gerenciamento e solução de continuidade do projeto quando a empresa decidir não mais investir neste projeto.

11 - Poderia relatar exemplos de parcerias entre empresas e bancos, empresas e terceiro setor que servem de case para o público alvo?
R. Empresas e banco o melhor exemplo está no BNDES que no meu entender é o grande parceiro das empresas com seus baixos juros. Empresas como a Petrobrás, Tigre, Banco ITAU, Banco Santander, Grupo Pão de Açúcar entre outros (vide lista de participantes do ETHOS) têm muitas parcerias com o terceiro setor.  

12 - Grandes empresas tem a responsabilidade de promover ações de responsabilidade social? O investimento em projetos é uma forma de ser socialmente responsável?
R. NÃO.
Investimento Social Privado é Investir em projetos de ONGs
Responsabilidade Social é produzir de forma socialmente responsável, isto é, sem explorar seus funcionários, sem utilizar trabalho infantil, sem destruir o meio ambiente etc.
Uma empresa pode não ter Responsabilidade Social e investir em projetos, há pouco tempo saiu na mídia uma empresa que fazia investimento em projetos de ONGs, mas explorava trabalho infantil na fabricação de seu produto.

13- De que forma esse fluxo interfere na sustentabilidade corporativa?
R. O social não é o determinante em seu negócio, mas, se bem feito, será o diferencial do seu negócio. A globalização tornou tudo muito igual, neste quadro o Investimento e a Responsabilidade Social podem reduzir custo, motivar seus funcionários aumentando a produtividade e dar um destaque a sua empresas e seus produtos.  

14- Que dica, recado gostaria de dar para empresas e entidades do terceiro setor que tem interesse em investir em projetos, captar ou receber recursos? Quais os primeiros passos? Quem pode atuar nessa área? Apenas grandes empresas? Que tipos de ONG?
R. As empresas devem pensar no Investimento Social Privado da mesma forma e com o mesmo cuidado com que pensam em seu investimento financeiro e tratar a sua área de Responsabilidade Social com mesmo profissionalismo com que trata as suas outras áreas colocando a sua frente pessoas capacitadas.
As instituições do terceiro setor devem profissionalizar todas as suas áreas e não apenas sua área fim, uma área fim não consegue desenvolver seu trabalho da melhor forma sem o apoio eficiente das áreas meio. Entendam como meio as áreas: administrativa, marketing, elaboração de projetos, captação de recursos etc.

Uma das grandes preocupações que os financiadores têm é a falta de conhecimento técnico gerencial na maioria das ONGs, onde a função é exercida muitas vezes por excelentes técnicos bem intencionados mas sem formação gerencial.  

domingo, 29 de janeiro de 2012

ÁREA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Atividades da Área

1.Prospecção de Agentes Financeiros; 2.Formatação de Projetos; 3.Negociação; e 4.Fidelização.

Perfil da Equipe

Prospecção e Formatação: um perfil mais introvertido;

Negociação e Fidelização: um perfil mais extrovertido;

Formas de Recursos

Patrocinio: Investe recursos na instituição;

Apoio: Investe equipamento ou serviços na instituição;

Parcerias: Investe no projeto.

O QUE FACILITA A CAPTAÇÃO

Fama: Facilita a instituição se aproximar de qualquer financiador;

Referência: Facilita a instituição se aproximar de financiadores da sua área de atuação;

Projeto: Projetos consistentes facilitam que instituições quem não são famosas nem referência se aproximem de financiadores.

COMO ALCANÇAR

Fama: Plano de Marketing;

Referência: Resultados Relevantes alcançados e divulgados na sua área de atuação;

Projeto: Criação da área de Relações Institucionais com pessoas qualificadas e separando a formatação da implementação.


TÁTICAS E ESTRATÉGIAS

As táticas e estratégias utilizadas por uma instituição não necessariamente serve para outra instituição.


Planejamento Estratégico da Instituição:

Necessários se ter claro os rumos da instituição;


Planejamento Estratégico da Captação:

Baseado em suas metas institucionais, em sua área de atuação e em

seus recursos humanos e materiais determinar seu foco e suas metas.

Ricardo Falcão - RFALCÃO Consultoria & Planejamento Ltda

sábado, 6 de dezembro de 2008

GERENCIAMENTO E O PLANEJAMENTO

O maior problema das micro e pequenas instituições é, sem dúvida, o gerenciamento e o segundo maior problema é achar que seu problema é apenas financeiro. Gastar mensalmente mais do que se ganha, não ter recursos para investir e crescer não é problema financeiro, é sim problema gerencial.

É bastante comum encontramos nestas instituições profissionais capacitados nas atividades fim e não nas atividades meio, entre elas o gerenciamento. Encontramos técnicos, que por sua excelência, foram promovidos a gerente, o que muitas vezes resulta na perda de um excelente técnico e no ganho de um péssimo gerente, pois são atividades diferentes.

Pode-se nascer com um perfil de gerente, mas não se nasce gerente. Uma das características do gerente é não ter medo de tomar decisões, pois sabe que uma decisão errada é melhor que decisão nenhuma. Ele é o responsável e como tal pode partilhar a tomada de decisão, mas nunca o ônus desta decisão.

Estrutura de poder existe em todos os lugares e este poder aparece em uma instituição na forma de hierarquia. Poder não bom nem mau, o que pode ser bom ou mau é como este poder é exercido. Tudo é ruim na mão de alguém despreparado, principalmente o poder. Não adianta dividir o poder, pois enquanto o planejamento é coletivo a execução é individual. 

  Gerenciamento se faz primeiro com um sistema de informações eficiente e eficaz, ou seja, um sistema rápido e preciso. Quanto mais rápido recebemos a informação mais tempo temos para tomar a decisão e quanto mais precisa ela for maiores são as chances de tomarmos a decisão certa.

E depois com uma boa administração de pessoal, ou seja, colocar a pessoa certa no lugar certo. Para isto é preciso conhecer as pessoas e saber o que queremos delas. Devemos lembrar sempre que responsabilidade e autoridade andam juntas, na mesma proporção.

Existem duas maneiras de crescer em uma instituição. Uma pessoa pode se desenvolver como técnico ou como gerente. O importante é ter em mente que quanto mais se sobe na hierarquia institucional, mais a gente se afasta do trabalho técnico.

Um espírito de liderança nato não suficiente para se desempenhar um trabalho gerencial de qualidade, é preciso capacitação. O principal instrumento gerencial é o planejamento, pois é ele que nos mantém focados em nossos objetivos.

Um dos erros mais comuns ao se realizar um planejamento é a não participação de toda a instituição, afinal planejamento é uma atividade coletiva e suas decisões fruto do consenso. Este planejamento deve ser feito por grupos hierárquicos uma vez que é muito difícil chegar ao consenso com um número grande de participantes. O resultado final do planejamento estratégico é que dará os subsídios para que cada gerente elabore o plano de ação para sua área.

É fundamental a utilização de um facilitador a fim de evitar a imposição do consenso pelos hierarquicamente superiores.

O planejamento é o ponto de partida de qualquer atividade, pois é nele que determinamos onde estamos, aonde queremos chegar e como vamos chegar lá.

O Planejamento Estratégico é composto pelas 5 etapas a seguir:

1) Definição do Plano: Projetar todo o processo para ajustá-lo às  circunstâncias particulares de sua instituição, suas capacidades, necessidades e recursos. A palavra chave é o equilíbrio entre qualidade, prazo, recursos e os beneficiários.

2) Definição do Contexto Estratégico: Esclarecer Valores, Missão e a Visão;

3) Análise do Ambiente Externo e Interno e Identificação e Seleção das Questões Estratégicas: Identificar os desafios que se colocam à instituição;

4) Desenvolvimento de Projetos de Estratégia de Mudança : Definir as estratégias de ação dirigidas aquelas questões estratégicas;

5) Planejar, implementar e acompanhar os projetos de mudança: Determinar metas e prazos.

 Ricardo Falcão - r.falcao@terra.com.br